segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A Bússola da Curiosidade


Tive a oportunidade de ler os primeiros livros do Amyr Klink, assistir uma de suas palestras no Centro Cultural CPFL e conseguir um autógrafo. Não o considerei uma pessoa simpática, mas sem dúvida provoca admiração. É bacana a maneira como persegue seus sonhos e como ao longo do processo adquiriu uma admirável cultura geral.

Na esteira de seus projetos, tornou-se grande conhecedor de embarcações brasileiras e sua história, de idiomas, de radioamadorismo, de navegação e orientação no globo (com GPS ou sem), da fauna austral. Até mesmo pilotando a cozinha do barco, nas vezes em que relata alguns pratos especiais que faz durante suas viagens. Não o conheço pessoalmente para imaginar que outras capacidades possa ter.

Assim como ele, as pessoas que admiro hoje em dia possuem em comum o interesse pelo aprendizado e aperfeiçoamento constante. São pessoas que exercem sua curiosidade com liberdade, muitas vezes aprendendo sobre coisas que não possuem aplicação prática direta em seus trabalhos. Por outro lado, sua cultura geral costuma favorecer a criatividade e torná-las realmente interessantes, permitindo a aquisição de grande capital de relacionamentos.


Todo este conhecimento foi adquirido de maneira, por assim dizer, natural. Perseguindo sua curiosidade, não deve ter sido chato aprender o que precisava. A tudo o que foi lendo, quase imediatamente seguiu-se aplicação prática, o que favoreceu a conservação dos dados e seu aprofundamento. Não seria esta a maneira correta de evoluirmos nossos conhecimentos?

Cada vez mais vejo revistas propondo carreiras em estrito planejamento. Se você lê uma dessas revistas de carreira disponíveis nas bancas, fica pensando realmente que dormir é uma grande perda de tempo, e que você deveria estar estudando mandarim, ou alguma nova linguagem para divulgação de trabalhos na internet. Ao invés de seguir o norte da curiosidade, o estudo ganha artificialidade e fica enfadonho. Você estuda sem o prazer de ver respondidas suas dúvidas pessoais.

Vejo que a lógica de que o conhecimento só é bom se tem utilidade para ganhar dinheiro pode limitar vários aspectos da inteligência. As pessoas deveriam sim aplicar seus conhecimentos, mas jamais submeter a bussola da curiosidade à lógica de mercado.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Os jovens nas faculdades


Pensando em falta de planejamento de futuro e em comportamentos inadequados de universitários, acabo de ler uma matéria no site do UOL, comentando sobre a recente profusão de “acidentes de engenharia”, como a recente queda das vigas do Rodoanel, ou mesmo o buraco do metrô. Entre as causas levantadas, a inexperiência dos profissionais e má formação.

Fiquei aqui pensando nas faculdades, e nos jovens que as freqüentam. Cada vez mais, o período universitário se torna para muitos jovens uma fase de liberdades adultas e responsabilidades infantis. Ou seja, ainda sem a necessidade de investirem na identidade profissional, os alunos dos primeiros anos gastam seu dinheiro (ou o de seus familiares) em bares lotados nos arredores da escola. Festas de excessos e efervescências típicas da adolescência migraram para o público de 18 a 22 anos.

Sem a competitividade e esforço de superação que permeiam as relações dos jovens com a escola em países desenvolvidos, estamos presenciando um enfraquecimento da formação técnica e humana em nossa sociedade, com conseqüente enfraquecimento da estrutura social. Falhas na forma como as pessoas são educadas, unidas ao interesse econômico das faculdades chamadas “caça-níqueis” projetam pesado ônus sobre o Brasil dos próximos anos.

Mais do que justificar a atual situação com base num hiato de crescimento nas décadas de 80 e 90, ou apontar os óbvios avanços na inclusão das pessoas no estudo, precisamos mover o olhar do passado e direcioná-lo para o futuro. Como podemos resolver esta questão? Temo aqui soar reacionário, mas a meu ver o problema precisa ser resolvido na educação familiar e escolar básica. Mais atenção e dedicação dos adultos com as crianças.

Ouvi recentemente que o que diferencia a fase adolescente da adulta era a capacidade para deixar de olhar para o próprio umbigo e suas próprias necessidades e encontrar um lugar e um interesse em contribuir no social. Quantos dos que estão a nossa volta estão prontos a fazer isto?

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Falta Agenda Para o Desenvolvimento

Vários são os sinais de reaquecimento de nossa economia. Os indicadores econômicos mostram que passamos bem pela recente crise, e estamos em ótima posição para apertarmos o passo do desenvolvimento. Frente a isso, compartilho com todos minha preocupação com a falta de agenda para o país.

Em recente participação em congresso, um profissional da França comentou que os países da Europa, com ou sem crise, trabalham firmes num planejamento para 2025. Enquanto isso, nós pouco discutimos a agenda do ano que vem.

Como sociedade, ainda vivemos uma democracia jovem e ingênua. Em qualquer tempo, a situação é seduzida pela corrupção e populismo, enquanto a oposição só encontra o caminho da radicalização para sua ação.

A definição e administração de objetivos de longo prazo é relegada a segundo plano. Com isto, perdemos claras oportunidades de organizarmos uma proposta para os próximos anos.

Como garantir melhorias na infraestrutura? Na educação (a aposta de mais longo prazo, mas que terá maiores impactos)? Como melhorar nossa representatividade política (a meu ver a mãe de todas as reformas)? Como fortalecer nossas instituições e alavancar o crescimento, sem abrir mão da sustentabilidade? Estes são os desafios. As respostas estão por aí, mas falta foco para resolvermos as questões. Não vejo as atuais lideranças (no governo ou nas organizações) apoiando ações concretas, e mais triste ainda, não vejo a população ou a mídia reverberando este desejo.

Será que o proximo governo terá apoio para fechar as torneiras dos gastos públicos? Ou preferirá bolsa-celular? Onde pode se apoiar nosso sonho de viver sem apagões?

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Deu pano pra manga

O caso da Geise, aluna da UNIBAN, rendeu... Nem parece século XXI... Um vestido curto foi o suficiente para gerar um ato de hostilização tão grande. Acho que a UNIBAN deve repensar suas regras e modo de lidar com seus alunos. Tá faltando o que fazer... Afinal a mulher já conquistou espaço no mercado de trabalho, dividiu as tarefas com o homem, entre tantas outras conquistas, mas ainda não se libertou do preconceito. Temos muito ainda a evoluir... este acontecimento é um golpe na Revolução Feminista. É uma afronta aos direitos femininos. E você o que está pensando a respeito? Bjs a todos. Vamos lutar por liberdade de se vestir, liberdade para pensar, liberdade para sermos quem quisermos ser....
Alessandra