quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Os jovens nas faculdades


Pensando em falta de planejamento de futuro e em comportamentos inadequados de universitários, acabo de ler uma matéria no site do UOL, comentando sobre a recente profusão de “acidentes de engenharia”, como a recente queda das vigas do Rodoanel, ou mesmo o buraco do metrô. Entre as causas levantadas, a inexperiência dos profissionais e má formação.

Fiquei aqui pensando nas faculdades, e nos jovens que as freqüentam. Cada vez mais, o período universitário se torna para muitos jovens uma fase de liberdades adultas e responsabilidades infantis. Ou seja, ainda sem a necessidade de investirem na identidade profissional, os alunos dos primeiros anos gastam seu dinheiro (ou o de seus familiares) em bares lotados nos arredores da escola. Festas de excessos e efervescências típicas da adolescência migraram para o público de 18 a 22 anos.

Sem a competitividade e esforço de superação que permeiam as relações dos jovens com a escola em países desenvolvidos, estamos presenciando um enfraquecimento da formação técnica e humana em nossa sociedade, com conseqüente enfraquecimento da estrutura social. Falhas na forma como as pessoas são educadas, unidas ao interesse econômico das faculdades chamadas “caça-níqueis” projetam pesado ônus sobre o Brasil dos próximos anos.

Mais do que justificar a atual situação com base num hiato de crescimento nas décadas de 80 e 90, ou apontar os óbvios avanços na inclusão das pessoas no estudo, precisamos mover o olhar do passado e direcioná-lo para o futuro. Como podemos resolver esta questão? Temo aqui soar reacionário, mas a meu ver o problema precisa ser resolvido na educação familiar e escolar básica. Mais atenção e dedicação dos adultos com as crianças.

Ouvi recentemente que o que diferencia a fase adolescente da adulta era a capacidade para deixar de olhar para o próprio umbigo e suas próprias necessidades e encontrar um lugar e um interesse em contribuir no social. Quantos dos que estão a nossa volta estão prontos a fazer isto?

2 comentários:

  1. A situação é grave e requer atenção do governo, das instiuições de ensino e dos pais. Trabalho em uma empresa que estipulou um prêmio para o melhor estudante na área de propaganda e marketing. Os trabalhos recebidos de uma universidade X foram muito ruins. Já os trabalhos recebidos de uma outra faculdade chegaram com um nível muito melhor... Quer dizer que quando é séria a intenção da faculdade/instituição de ensino o resultado aparece.

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  2. Fabio
    Concordo com seu diagnóstico: o problema do Brasil está na família e na educação básica. Inclusive, em minha opinião esses dois fatores estão muito ligados, pois não há uma educação básica sem o apoio e o acompanhamento familiar.
    Assim, por mais que tenhamos ótimas instituições de ensino superior, o que, infelizmente, não é realidade, o aluno que consegue chegar a esse estágio está totalmente despreparado.
    É na base que devemos investir. Digo devemos, pois entendo que esse não é papel exclusivo de nossos governantes, mas também e, principalmente, da família.
    Não podemos terceirizar a educação de nossos filhos. Os valores vêm da família e devem ser a base para qualquer tipo de aprendizado.

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