domingo, 6 de dezembro de 2009

Dá para ser autêntico?


Cada vez mais a sociedade de consumo dita as regras de moda, comportamento e interação social. Estou aqui pensando até que ponto isto vai, e até onde devemos entender e acompanhar este fenômeno social.

A resposta puramente contestadora, de valorizar a individualidade e pregar o “seja você mesmo” me parece um tanto ingênua. Somos um ser social, e a todo momento precisamos das pessoas à nossa volta. É natural pensar que vamos polir e escolher nossa conduta, visto que ela contribui para controlar a resposta dos demais. Há o exemplo da escolha das roupas apropriadas para cada ambiente, ou ainda a conduta de cordialidade com os outros, que por sua vez acaba aumentando a chance de que sejam polidos com você.

Por outro lado, a resposta conformada nos faz agir como robôs. Se você ouve apenas a musica que o rádio te oferece, gosta dos programas e assuntos que a TV tem divulgado, assiste e gosta de todos os filmes que vê no cinema, usa as roupas seguindo o manequim do shopping, então você fica MUITO chato. Aqui vale o desabafo, de que estou realmente de saco cheio de gente politicamente correta, que responde apenas o que acha que vc quer ouvir, e não o que quer dizer.

Talvez haja um meio termo adequado, mas é algo difícil de precisar. Algo que nos permita interagir adequadamente com o grupo, e ao mesmo tempo garantir opiniões autênticas, que caracterizam algumas diferenças e nós, e deixam transparecer o fato concreto de que todos temos experiências de vida diferentes, o que configura olhares diferentes.

Olho para os profissionais em muitas empresas nas quais faço consultoria e vejo excesso de comunicações meramente “adequadas”. Quando sabe que está sendo avaliado, o ser humano vira “ser profissional” e passa a dar as respostas que pensa serem as interessantes. Com o tempo porém, são aquelas pessoas de verdade, com defeitos admitidos e a incansável vontade de fazer melhor que fazem a história das organizações. Os pasteurizados são assim, facilmente substituíveis.

Um comentário:

  1. Claro que o ideal é que a empresa dê uma certa abertura para que a pessoa possa se expressar... Quando ela se sente segura para isso ela pode ser mais autêntica e pode mostrar mais seus talentos. Mas é difícl para ambos os lados perceberem os limites dessa liberdade. È um dilema.

    ResponderExcluir