quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A ética do brasileiro e a questão ambiental


Em discussão com uma equipe pertencente a uma empresa, discutimos que o comportamento ético é sempre uma questão a ser discutida dentro de cada universo, seja a micro-sociedade representada pela organização, seja a cidade, o país ou o planeta.

Para as empresas, em linhas gerais, é importante que o indivíduo respeite as regras internas, e não permita que esta sofra desvantagens em compras ou no uso dos recursos disponíveis. Ainda não entra para a maioria a questão da sustentabilidade, que é tão importante para a manutenção da habitabilidade de nosso planeta.

Já no âmbito nacional, as regras são mais difíceis de delimitar, se é que estão escritas. Acabo de ler que um famoso jogador de futebol foi condenado a restituir mais de 300.000 reais que sonegou em impostos. Sonegar impostos, sem considerar os erros cometidos por aqueles que deveriam zelar pelo erário público, é errado e todos sabemos disto. Não adianta justificar seu erro com base no (hoje provável) erro dos governantes. Sonegar é tirar dinheiro de obras necessárias, saúde, educação, saneamento, segurança, etc. É fazer nosso país um lugar pior para viver.

Mesmo assim, este sonegador não sofrerá protestos, nem perderá fãs por causa desta condenação. Em nosso país, aqueles que devem (dinheiro, ou estão em falta com as regras sociais) muitas vezes acreditam (e são recompensados) na ausência de punição. Justificam-se com a inexperiência, a fraqueza moral, e nós perdoamos. Aqui é aceito que o presidente não saiba que roubam sob seus bigodes, que um supermercado tolere perdas por furtos, que alguém tente obter vantagem sobre o outro. É a lei de Gerson, a malandragem, infelizmente tão cultuada como sinônimo de inteligência. Como romper este fator cultural que tanto penaliza nossa sociedade?

Que moral nós temos para exigir protagonismo em negociações como a que atualmente está ocorrendo sobre o clima? Nosso triste histórico me faz pensar que sequer temos um sentido de nação que permita defender nossos interesses coletivos, que dirá um sentido supra-nacional, necessário para discutir assuntos ambientais. Penso que as metas definidas e atuais condutas brasileiras não são definidas pelas razões certas, mas apenas por interesses marketeiros. Achou muito negativo? Tem alguma esperança para transmitir? Então comente.

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